Tradições.

Manifestações de Ruralidade

Por se tratar de uma freguesia de montanha e distante da sede do concelho, Riba de Mouro manteve-se isolada por um longo período, o que ajudou a conservar aquilo que, em muitos outros locais, foi desaparecendo.

O apego à terra, a preservação da ruralidade e a valorização dos usos e costumes são caraterísticas singulares da população de Riba de Mouro. São imensas as manifestações de ruralidade que ganham expressão nas tradições locais. 



Artesanato Regional

Em Riba de Mouro, este valioso instrumento do património cultural ganha expressão na Tamancaria, Cestaria, Latoaria e Tecelagem em Linho. Dado o envelhecimento dos artesãos locais, a Junta de Freguesia tem procurado, nas gerações mais novas, dar continuidade a este legado cultural tão valioso.

 

Cestaria

A Cestaria assume um lugar importante no mundo rural. São muitos aqueles que, atualmente, se fascinam com a sua beleza e perfeição. Em Riba de Mouro, já não podemos encontrar artesões que, com a sua arte e engenho, elaboravam peças de cestaria, tais como, cestos e cestas (normalmente usados nas lides tradicionais da agricultura), abanadores e abanicos, entre outros produtos decorativos e domésticos.

Tecelagem em linho

A tecelagem em linho, que resulta normalmente em peças de vestuário e de uso doméstico, tais como, toalhas, lençóis e colchas, é uma atividade que vem de tempos imemoriais. Apesar de ter sido destronado pelo algodão, a sua tecelagem é uma arte rara que, através de processos tracionais, une tradição e qualidade.

Cornetadas

Em tempos, quando os rapazes da freguesia tinham conhecimento do casamento de uma viúva com outro homem, deslocavam-me, à noite, para os pontos mais altos do lugar onde residia a noiva, para lhe fazer a cornetada.

Munidos de cornetos, funis, cornos de vaca, censuravam em voz alta a viúva, com palavras e versalhadas do seguinte estilo:

“Oh Maria da …,
Anda ver onde eu estou,
Anda ver o enterro do marido,
Que te deus levou”

O São João

Quando o dia de S. João amanhecia, viam-se, nos caminhos, ramos de paus, cancelas, carros de vacas, pedras, etc. Todos estes bens eram retirados pela mocidade aos donos, durante a noite. Tratava-se de uma tradição pouco usada que, por vezes, trazia bordoada à mistura.

Desfolhada (Beijar toda a gente)

Zé- Ele ê precijo bir tan cedo esfolhar?

Rosa- E ele ê cedo, rapaz? Ó conhicêr dinheiro hai que bir. Pra te tirar do côtcho be-xe uha pexoa mal mais xe foxe pra ir pra tricles, ias tu todo leino.

Mando- Ó tia Rosa, paxe-me un gigo e um culmeiro.

Rosa- E u-los que nun os bêjo?

Mando – Estan por trás dexe medeiro.

Rosa- Ó Neca, Neca, espera que te dou uha man a erguer o cesto xe nôn inda te xai o xêxigo.

Neca- Nun bale a pena qu’eu xô duro cm’on canhoto.

Ze- Ó minha mai, bou fazer o buraco pra enterrar o pau.

Rosa- Bai, bai. Fá-lo ali naquela esquina.

Neca- Cun raio, qu’as espigas stiano parêcen tromedais!!

Marquinhas- Ó Roja, ata-le a palha a noxo Nelo qu’ele cun exe leixarigo que ten no dedo nun pode

Matança do porco

Entrançar de cebolas