Enquanto freguesia de montanha, Riba de Mouro possui um vasto património arqueológico e arquitetónico, muito representativo da sua evolução histórica e das vivências do seu povo. Um soberbo testemunho histórico, desde tempos imemoriais.
Vale de Poldros, Val de Poldros ou Santo António de Vale de Poldros, em Riba de Mouro, é uma zona coberta de tojo, giesta, urzes e carquejas, entremeado de campos de feno, tapadas e “cardenhas” (habitações típicas das brandas). Neste meio, destaca-se a Branda de Santo António de Vale de Poldros, uma área residencial agrícola e sazonal, com origens na Idade Média longínqua ou durante o período moderno. A juntar a outras dez existentes no Alto Minho, é a mais bem preservada.
Localizada a meio da encosta, a sensivelmente 1200 metros de altitude, esta branda ergue-se sobranceira ao rio Vez, proporcionando fantásticas panorâmicas sobre toda a região. Trata-se de um conjunto arquitetónico de inestimável valor patrimonial, constituindo um ótimo exemplo de povoamento de transumância: povoados de montanha para onde os vigias (brandeiros) levavam o gado, para pastoreio e cultivo, aproveitando os pastos de altitude da Serra da Peneda, durante os meses de verão (maio a setembro).
Nesta aldeia, é possível desfrutar do profundo silêncio, enquanto se passeia por entre um enorme número de cardenhas, feitas totalmente em granito e xisto, de forma rudimentar. Outro elemento de elevado interesse são os “quartéis”, local de abrigo dos romeiros que, no dia de Santo António, vem para a bênção do gado. A subida, até este vale, que preserva a paisagem tradicional do Alto Minho, é de grande beleza paisagística. Todos os anos, em meados de junho, realiza-se a festividade dedicado ao Santo António, que engloba, além da componente religiosa, um importante encontro de concertinas.
Nos tempos mais recentes, estas atividades agrícolas e pastoris foram perdendo importância e, com as novas gerações, têm sido praticamente abandonadas. Apesar disso, o grande valor patrimonial deste núcleo de povoamento e de muitas das suas construções ainda permanece, justificando-se um esforço para a sua salvaguarda e valorização. Além da sua importância, sob o ponto de vista cultural e social, estas zonas desempenham um papel relevante como motor de desenvolvimento económico e turístico.
No sítio do SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitetónico, em http://www.monumentos.gov.pt, pode-se ler:
Descrição. Arquitetura de comunicações e transportes. Ponte de tabuleiro horizontal, rampeado para a margem direita, sobre dois arcos de volta redonda, de construção moderna.
Ponte de tabuleiro horizontal e rampa na margem direita, sobre dois arcos iguais de volta redonda. Aparelho de silhares de granito. Aduelas largas e pouco compridas, extradorso regular. O pegão está reforçado com um talhamar de secção triangular e um talhante de contorno quadrangular. As guardas são de silhares de granito, alargando sobre a margem direita, e o pavimento de lajes graníticas. A meio do tabuleiro, do lado jusante, erguem-se umas alminhas com nicho guardando um painel pintado em folha metálica onde figuram destacados, no plano superior, Cristo crucificado, São Miguel e Santo António. O nicho é flanqueado por duas pilastras e é encimado por cornija e peanha do que seria uma cruz hoje omissa. Frente às alminhas, para montante, uma pedra com brasão ostenta inscrição muito delida e data insculturada no canto inferior esquerdo: “1634”
Enquadramento. Rural. Junto à ponte crescem salgueiros, vidoeiros, freixos e carvalhos. Galgam a encosta de declive suave vinhas em latadas e campos de milho dominados pelos cumes da Peneda que se elevam para S. As casas mais próximas são de construção recente e, em alguns casos, muito destoante.
Época de construção. Séc. XVII.
Cronologia. 1634 – data provável de construção da ponte; Séc. XVIII / XIX – época provável de obras na ponte com aposição das alminhas *1; 1944 – restauro provável da ponte.